Resenha Do Documentários Holocausto Brasileiro

   Olá flores do dia tudo bem com vocês? Desejo que sim.

   Hoje trago uma resenha de um documentário sobre o Holocausto Brasileiro. E gostaria de ler os comentários de vocês sobre o Documentário e  livro-reportagem, sobre o Holocausto, saber o que vocês acharam. 



   É notorio que a falta e o abandono que é mostrado no documentário os afeta ate hoje, e você nota que ficou a memória da família nas pessoas que conseguiram sobreviver ao Holocausto Brasileiro, uma dor e o porque eles não foram visitados e buscados de volta. 

   É notorio também, que eles tem medo de falar hoje em dia sobre o acontecido, pelos traumas ocorrido no período que eles estavam presos no Hospital Colônia de Barbacena em Minas Gerais.

   No documentário, é retratado como eles eram tratados e "despejado" e esquecido, era e foi na época uma vergonha para as famílias e sociedades, terem filhos que eram considerados "anormal". E isto é muito triste de se ver, e nas escolas, não se fala nisso, só fala do Holocausto Alemão e Polônia (Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Majdanek, Sobibor e Treblinka - Aqui estou colocando os que falam mais nas escolas), poderia falar nas escolas sobre o Holocausto, que aconteceu aqui no Brasil, que também foi triste, horrível.



   E os pacientes eram tratados como uns objetos e como lixos, era como se os pacientes não sentissem dor, medo, angústia. E esqueciam que o que eles estavam fazendo la dentro iria causar traumas eternas e feridas, que não sairiam nunca mais.

   E no documentário, é mostrado o cemitério e nele é relatado que tinha, o sepultamento para as pessoas negras, os loucos e os ditos "normais". Que dó, isso, só de imaginar que aconteceu aqui no Brasil a mais ou menos uns 60 anos atrás, e ver que isto é recente ainda.

   Tem um livro-reportagem com o mesmo nome do documentário, que a jornalista Daniela Arbex, lançado em 2013, denuncia os maus-tratos ocorridos no Hospital Colônia de Barbacena a partir de depoimentos de sobreviventes, ex-funcionários e pessoas diretamente envolvidas na rotina do maior hospício do Brasil.

   E eu assistindo o documentário, e vendo como os funcionários uns não sabiam como falar e hoje em dia, você nota o quanto uns se arrepende e tem vergonha do que fez naquela época. E outros querem tentar amenizar o que viu e fez, para não ficar tão pesado e você nota o quanto desconfortável eles ficam ao falar (isso é o que eu notei sobre os entrevistados), claro que teve uns que foram entrevistados e não faziam a ideia, do que acontecia a fundo mesmo.

   Logo o Direto do hospital, fala que os tratamentos eram feitos baseados nos tratamentos franceses. Onde pode ser e ter um tipo de tratamento de outro pais no seu país, onde a realidade e a realidade em questão climática eram outra! E até que ponto iam mesmo os tratamentos aos paciente? 

   Nossa, só de imaginar que os coitados dos pacientes eram tratados como nada, até para as faculdades, jogavam no carro e levavam eles a faculdade(os pacientes falecidos), você se sente meio que suja(o) com esta situação que aconteceu. Estou até agora chocada com e como eles os tratavam. E não eram todos os cadáveres, que eram disponíveis as faculdades.



   E o rapaz que ficava responsável pelos falecidos, ele ficou chocado quando a repórter, falou que tinha nos registros do documento que as peças anatômicas, eram com valores, aí não tem como acreditar ou não, não sabemos até onde ia a informação que ele tinha. Então, neste caso, ficaríamos naquela, onde está a verdade, né? 

   No documentário foi mostrado que mais de 1.800 cadáveres, foram vendidos para 17 Faculdades de Medicina do Brasil entre 1969 a 1980. Isto é muito chocante.

   E é impressionante que nos anos 30, foi marcada a entrada das irmãs Vicentinas e da igreja católica como administração da instituição, foi relatado que as irmãs, exploravam as pacientes mulheres. E não gostavam quando algum funcionário do próprio hospital iam lá e tinha que fazer solicitações. Para que as irmãs pudessem liberar. E isto me parece estranho este comportamento.

   Tem um momento que a jornalista, que deu voz aos pacientes sobreviventes e que foi atrás da culpa do acontecido, e ela fala que se chocou com a resposta de uma pessoa que falou assim "a culpa é do coletivo que colaborou de alguma forma".

   

Gêneros:

Brasileiros, Documentários, Documentários sobre empresas, Filmes baseados em livros, Filmes brasileiros, Documentários brasileiros

Este filme é:

Investigativo

Idioma:

Spanish (Latin America), Portuguese (Brazil) [Original]

Legendas:

Spanish (Latin America), Portuguese (Brazil)


   O documentário Holocausto Brasileiro, uma obra impactante que destaca um dos capítulos mais trágicos e sombrios da história do Brasil no contexto dos direitos humanos, estreou na Netflix neste domingo, 25. Baseado no livro homônimo de Daniela Arbex, publicado pela Intrínseca, o filme oferece um olhar detalhado sobre as condições desumanas a que pacientes do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido como Colônia, foram submetidos, Este local, nas décadas de 1960 a 1980, foi palco de mais de 60 mil mortes, evidenciando um período de negligência e crueldade extremas.

   O documentário revela as histórias de pessoas marginalizadas e estigmatizadas pela sociedade, incluindo homossexuais, prostitutas, mães solteiras e vítimas de abuso, muitas das quais foram enviadas ao Colônia sem diagnóstico psiquiátrico preciso. Esses indivíduos foram submetidos a torturas e tratamentos brutais, como alimentação forçada com ratos, ingestão de água de esgoto, exposição ao frio, além de sessões de eletrochoques, tudo sob a conivência do estado e da sociedade da época.



  Histórico:

   O Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), localizado a 165 km de Belo Horizonte, foi inaugurado em 1903. Primeiro hospital psiquiátrico público de Minas Gerais, atuava na assistência aos "alienados”, em área anteriormente ocupada por sanatório particular destinado ao tratamento de casos de tuberculose. Em 1911, a instituição se tornou "hospital colônia", tendo o trabalho como principal forma de terapia.

   O CHPB pertencia à Fundação Estadual de Assistência Psiquiátrica (Feap) e passou a integrar a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) em 1977, ano de sua criação.

   Na década de 1980, foi realizada a reestruturação física e implementada a humanização do atendimento, visando reintegrar o paciente ao convívio social. Foram criadas estruturas alternativas, como internações de curto prazo (ambulatórios), hospital-dia, centros de convivência, oficinas terapêuticas e módulos residenciais.

   Em 16 de agosto de 1996, foi inaugurado o "Museu da Loucura" - referência cultural dentro do hospital, com o objetivo de resgatar a memória da assistência à saúde mental e mostrar a história do antigo manicômio por meio da exibição de equipamentos, acervos e, ainda, documentação coletada em todo o estado. A iniciativa também destaca o contraste com a atual abordagem do tratamento que vem sendo oferecido aos pacientes da saúde mental, promovendo sua autonomia e reinserção social.

   A partir de 2000, os avanços no processo de desospitalização e o empenho para finalizar as obras do hospital regional desencadearam um novo rumo para o CHPB. A elaboração do planejamento estratégico, construído com a comunidade hospitalar, definiu os rumos e as ações para a continuação dos projetos de humanização e de desospitalização, bem como os caminhos para estabelecer parcerias para a conclusão do Hospital Regional de Barbacena.

   Em 2016 foi implantado o projeto "Casa Lar" - residência transitória, onde moradores convivem em um espaço mais próximo de um lar, possibilitando à equipe intensificar a reabilitação psicossocial e a independência dos usuários.


   Em 1966, o jovem Francisco Paes Barreto fez uma denúncia pública contra o hospital de Barbacena após visitar a cozinha do local – ele ficou chocado com o aspecto repugnante da refeição servida aos pacientes. Em 1972, ele escreveu um artigo entitulado “Críticas do hospital psiquiátrico” que seria apresentado no Congresso Brasileiro de Psiquiatria.


   O Hospital Colônia de Barbacena foi um hospital psiquiátrico fundado em 12 de outubro de 1903 na cidade de Barbacena, Minas Gerais. Fazia parte de um grupo de sete instituições psiquiátricas edificadas na cidade que, segundo alguns, recebeu o epíteto de "Cidade dos Loucos" por esse motivo.[1] Atualmente, desses sete hospitais, só três estão em funcionamento.

Hospital Colônia de Barbacena
Pátio do Hospital Colônia de Barbacena
LocalizaçãoBarbacenaMG
 Brasil
Fundação12 de outubro de 1903 (120 anos)
TipoManicômio

   Foi edificado em terras da Fazenda da Caveira, propriedade de Joaquim Silvério dos Reis, inicialmente como um hospital para tuberculosos e depois como hospital psiquiátrico. Está situado numa região com clima de montanha, o que, na época, era considerada ideal para a cura da tuberculose e, por alguns médicos, como o local ideal para o tratamento de doenças psiquiátricas. O primeiro diretor da instituição foi o Dr. Joaquim Antônio Dutra. Mais tarde a designação de Hospital Colônia de Barbacena foi alterada para Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena. Atualmente é a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) que gere o hospital. O hospital foi construído na sequência da criação da Assistência aos Alienados no estado em 1900. Junto ao hospital, com uma área aproximada de 8 mil metros quadrados, foi construído na mesma época um cemitério, designado de "Cemitério da Paz". Seguiu-se à construção do Hospital Psiquiátrico do Juqueri (1895) e da Colônia Juliano Moreira.

   O manicômio era formado por dezesseis pavilhões independentes, tendo cada um deles a sua função específica: Pavilhão "Zoroastro Passos" para mulheres indigentes;Pavilhão "Antônio Carlos" para homens indigentes; Pavilhão "Afonso Pena"; Pavilhão "Milton Campos"; Pavilhão "Rodrigues Caldas" e Pavilhão "Júlio Moura"


   Tornou-se conhecido pelo público na década de 1980 pelo tratamento desumano que oferecia aos pacientes. O psiquiatra italiano Franco Basaglia tachou a instituição como um campo de concentração nazista.[4] Em grandes vagões de carga, conhecidos como "trem de doido", chegavam os pacientes do Hospital Colônia, em uma época que várias linhas ferroviárias chegavam à cidade. A instituição tinha sido fundada em 1903 com capacidade para 200 leitos, mas contava com cerca de cinco mil pacientes em 1961. Para o Colônia, eram enviados "pessoas não agradáveis", como opositores políticos, prostitutas, homossexuais, mendigos, pessoas sem documentos, entre outros grupos marginalizados na sociedade. Estima-se que cerca de 70% dos pacientes não tinham diagnóstico de qualquer tipo de doença mental. No período em que houve o maior número de mortes, entre as décadas de 1960 e 1970, o que acontecia no hospital chegou a ser chamado de "Holocausto Brasileiro". Estima-se que pelo menos 60 mil pessoas tenham morrido no Hospital Colônia de Barbacena.


   Vida na instituição:

   As condições de vida dentro da instituição eram sub-humanas. O psiquiatra italiano Franco Basaglia, que teve a chance de visitá-lo em 1979, chegou a comparar o local a um campo de concentração nazista e exigiu seu fechamento imediato.[13] O fechamento do Colônia só ocorreria anos mais tarde, durante a década de 1980. Em 1996, anos após seu fechamento, o Colônia foi reaberto, desta vez transformado no "Museu da Loucura".

   É importante realçar que, dentro dos 60 mil mortos, cerca de 70% dos pacientes do Colônia não possuíam diagnóstico de transtorno psicológico algum. Muitos dos pacientes eram apenas alcoólatras, andarilhos, amantes de políticos, crianças indesejadas, epiléticos, inimigos políticos da elite local, prostitutas, homossexuais, vítimas de estupro e pessoas que simplesmente não se adequavam ao padrão normativo da época, como homens tímidos e mulheres com senso de liderança ou que não desejavam casar-se. Boa parte da população do Hospital Colônia também era da etnia negra.


   Além de serem forçados a trabalhar manualmente e dormir sobre folhas, os internos ainda precisavam lidar com estupros, torturas físicas e psicológicas que eram frequentes dentro do Hospital. Pacientes eram submetidos a terapia de choque e duchas escocesas sem nenhuma razão aparente; tal tortura era aplicada com o propósito de servir apenas como castigo ou devido à perseguição oriunda de falta de afinidade entre pacientes e funcionários. Muitos não resistiam e acabavam falecendo.

   Devido à superpopulação, os internos andavam parcialmente ou completamente nus e eram expostos às baixas temperaturas de Barbacena durante a noite. Em uma tentativa de sobreviver, buscavam aquecer-se dormindo em círculos, mas ainda assim muitos padeceram por conta de hipotermia.

   Não existia um sistema de água encanada ou suprimento de alimentos que abastecessem o alto número de pacientes. Muitos banhavam-se ou bebiam de um esgoto a céu aberto dentro do local. Para proteger seus bebês que eram separados das mães após algum determinado tempo, grávidas cobriam a si mesmas com fezes, evitando que funcionários e outros pacientes se aproximassem. Doentes eram abandonados em seus leitos para morrer.

   Crianças que cresceram dentro do Colônia jamais aprenderam a falar, ler ou escrever, e contavam com a ajuda de bons-samaritanos no local para realizar atividades mais básicas.

   Em 1961, o fotógrafo Luiz Alfredo do jornal O Cruzeiro retratou a realidade dentro do Hospital por um determinado período de tempo, trazendo a público o que ocorria no interior dos muros do Colônia.

   Em 1979, o jornalista Hiram Firmino publicou diversas reportagens intituladas "Nos porões da loucura", que revelavam a verdadeira loucura do que se passava no Hospital Colônia, e Helvécio Ratton realiza o filme sobre o mesmo tema intitulado Em Nome da Razão.



   Tráfico de corpos:

   Com o alto índice de mortalidade no Colônia, o cemitério próximo já não possuía mais espaço para comportar tantos mortos. Visando uma alternativa, funcionários corruptos encontraram no tráfico de corpos uma maneira de amenizar a situação e lucrar com isso – diversas universidades ao redor do país encomendavam os restos mortais das vítimas do Colônia para seus laboratórios anatômicos, como por exemplo a Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Quando a procura era baixa, os corpos eram meramente dissolvidos em ácido.


   Os sobreviventes: 

   Até o início de 1980, cerca de 60.000 pacientes morreram. Entre estes mortos, 1.853 tiveram seus corpos vendidos para faculdades de medicina. Atualmente, 190 pacientes em situação de baixa sobrevida são tratados no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena. Após o fechamento, seus pouquíssimos sobreviventes foram transferidos para abrigos de melhores condições e, por direito, passaram a receber indenização do Estado. Seus relatos podem ser encontrados no livro da jornalista Daniela Arbex, intitulado Holocausto Brasileiro.





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